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Segunda, 18 de agosto de 2025

SUS passa a contar com PCDT inédito sobre Acidentes Escorpiônicos, elaborado pelo NATS da Unifesp Diadema (NUD)

Desde o dia 5 de agosto, por meio de portaria publicada pelo Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a contar com o seu primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) sobre Acidentes Escorpiônicos. O documento foi elaborado pelo Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde da Unifesp Diadema (NUD) em parceria com a Conitec, a partir de uma demanda da Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial (CGVZ/DEDT) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente (SVSA), com o objetivo de uniformizar a abordagem clínica e terapêutica de um problema de saúde que afeta milhares de brasileiros todos os anos.

 

Os acidentes provocados por picadas de escorpião, ou “escorpionismo”, representam um sério desafio à saúde pública no Brasil, tendo sido registrados mais de 1,7 milhões de casos no país entre 2001 e 2022. 

 

O PCDT orienta a prática clínica desde a identificação dos sinais e sintomas até a classificação de gravidade (leve, moderado ou grave), indicando condutas terapêuticas adequadas, inclusive o uso precoce do soro antiescorpiônico. Também contempla o manejo de pacientes em locais sem suporte de terapia intensiva e descreve manifestações clínicas específicas, como as associadas à espécie Tityus obscurus, prevalente na região amazônica.

 

Da prevenção aos primeiros cuidados

 

Junto com o PCDT, o NUD elaborou também materiais de educação em saúde voltados para a prevenção e cuidados iniciais em caso de acidentes com escorpião. Para evitar que picadas aconteçam, os materiais indicam a importância de examinar roupas, calçados, toalhas, panos e tapetes antes de usar; usar luvas de raspas de couro e calçados fechados durante o manuseio de materiais de construção, lenha, madeiras e pedras em geral; manter limpos quintais, terrenos e jardins, e não acumular entulhos ou lixo domiciliar;

manter fossas sépticas bem vedadas e com telas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões e evitar encostar-se em locais escuros e úmidos e com presença de baratas.

 

No caso de um acidente com escorpiões, os materiais orientam sobre o que não fazer –  como amarrar, utilizar torniquete ou curativos; não sugar, cortar ou queimar a região afetada e não utilizar cremes ou pomadas no local da picada – e o que fazer – higienizar com água e sabão neutro; fotografar o escorpião, se possível e seguro, ou informar ao profissional da saúde o máximo de características do animal; buscar atendimento imediatamente na unidade de saúde de referência e ligar para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da sua região. O tratamento é gratuito no SUS. Confira o cartaz desenvolvido:​

CARTAZ - acidentes escorpiônicos.jpg
Fonte: cartaz educativo desenvolvido para PCDT de Acidentes Escorpiônicos, 2025.

Impacto esperado

 

Com a publicação, o SUS passa a contar com diretrizes padronizadas para o atendimento a acidentes escorpiônicos, promovendo diagnósticos mais ágeis, intervenções seguras e redução de hospitalizações e óbitos evitáveis. Espera-se que a adoção do protocolo fortaleça a qualificação das equipes de saúde e garanta maior equidade no cuidado em diferentes regiões do país.

 

O PCDT dos Acidentes Escorpiônicos já está vigente em todo o país e disponível online consulta no portal da Conitec.

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